🌱 Tecnologia e infância: como o excesso de telas pode afetar o desenvolvimento da linguagem?
- Adriana Araújo
- 17 de set.
- 3 min de leitura
Oi, professora! Ou talvez você seja mãe, pai ou alguém que cuida de crianças pequenas com muito carinho no coração. Seja quem for, me diga: você já reparou como os olhinhos das crianças se iluminam quando interagimos com elas de verdade, com a voz, com o olhar, com afeto?
É justamente nesse espaço de trocas reais e humanas que a linguagem floresce. A primeira infância que vai do nascimento até os seis anos, é uma fase mágica, onde tudo é descoberta. E é nesse período que o cérebro passa por transformações profundas, criando as bases para o que seremos como adultos: no pensar, no sentir, no se comunicar.

Mas, nos dias de hoje, uma questão tem nos chamado atenção: o uso precoce e exagerado da tecnologia. Sim, as telas, celulares, tablets, TVs e computadores estão por toda parte. E, muitas vezes, acabam ocupando um espaço que antes era preenchido por conversas, brincadeiras e contato direto com o outro.
📵 O que perdemos quando ganhamos uma tela?
Quando uma criança passa tempo demais diante das telas, algo importante se perde: as interações humanas que nutrem o desenvolvimento da linguagem. O cérebro infantil aprende por meio da escuta, do olhar atento, da repetição amorosa, do toque, da troca. Tudo isso exige presença algo que os vídeos e aplicativos, por mais coloridos que sejam, não conseguem oferecer.
As telas, com seus estímulos rápidos e visuais, muitas vezes colocam a criança num lugar passivo. Ela assiste, mas não interage. Vê, mas não conversa. Ou seja: não exercita a linguagem de forma ativa, como deveria acontecer nessa fase da vida.
🧠 O cérebro da criança precisa do mundo real
O cérebro dos pequenos foi feito para aprender com o mundo de verdade — aquele que se sente na pele, se cheira, se saboreia, se escuta ao vivo. Quando a criança é exposta com frequência a conteúdos digitais, esse cérebro pode ficar superestimulado e confuso. É como se ele estivesse sendo alimentado com o tipo errado de informação.
E os sinais aparecem: agitação, dificuldade de concentração, atraso na fala, menor interesse pelas interações sociais. Isso tudo pode comprometer não só o desenvolvimento da linguagem, mas também o emocional e o social.
💡 Tecnologia com intenção: é possível?
Claro que sim! A tecnologia faz parte do nosso tempo e pode, sim, ser uma aliada desde que usada com equilíbrio, propósito e supervisão. O problema está no uso indiscriminado, sem critério, sem tempo limite, principalmente na primeira infância, quando o cérebro ainda está formando suas conexões mais importantes.
🌻 O que fazer, então?
Mais do que restringir, precisamos oferecer alternativas que encantem e conectem. Crianças precisam de:
Conversas reais, olho no olho.
Brincadeiras simbólicas, onde a imaginação é livre.
Leituras compartilhadas, com afeto e intenção.
Momentos de presença verdadeira, mesmo que curtos.
Essas experiências são alimento puro para o desenvolvimento da linguagem, da empatia, da criatividade e do afeto.
✨ Conclusão: mais presença, menos tela
Não se trata de eliminar a tecnologia, mas de lembrar que, na infância, o que forma o ser humano não está na tela, está no vínculo. Cada palavra dita com carinho, cada história contada com alma, cada gesto de atenção é um tijolinho a mais na construção de uma infância saudável e feliz.
Sejamos, então, guardiões desse tempo tão precioso. Vamos juntos oferecer às crianças o que elas mais precisam para crescer bem: afeto, escuta e presença.
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